Santa Cruz do Sul, 27 de julho de 2020
Sandrita…
Eu venho hoje com a minha carta para responder as perguntas deixada pelo Professor.
O Seminário criado pelo Diego e as partilhas dentro dele tirou você de um lugar um pouco escuro e onde tinha muito medo. Eu sei que talvez para os outros a sua confissão resulte um pouco dramática, talvez exagerada. Mas imagine como que seria ter os mesmos medos, as mesmas dúvidas e dificuldades que eles têm, e adiciona a isso não ser da área da educação, ser estrangeira, não conhecer a língua e não conhecer a ninguém na cidade como você. Poderia ser considerada uma imagem escura, mas sua vontade de estar nesta área e se converter em pesquisadora, é muito mais forte do que o resto.
Lembre de aquele equatoriano que você admira, Millán Ludeña, ele ganhou o Record Guinness por ser a primeira pessoa em fazer uma maratona no lugar mais perto do sol e no lugar mais profundo da terra, e em uma entrevista lembre o que ele disse:
“Si el reto no te hace temblar las piernas, quizás no es lo suficientemente grande para ti”. Millán Ludeña
Isso me leva a responder a primeira pergunta, para você afinal, estar na pós-graduação significa ajudar as suas pernas a deixarem de tremer. É realmente um desafio enorme sair da sua zona de conforto e pular a um mundo inteiramente desconhecido.
Lembre quão grata você está com a oportunidade de entrar no programa e no seminário pois no percurso você percebeu, que não está sozinha, que talvez em diferentes medidas, mas todos e todas em algum momento tiveram muitas dificuldades no momento da escrita do projeto.
Nesse sentido você se compromete a pensar na sua pós-graduação como “só um mestrado” DEBORA DINIZ. Você sabe das suas limitações, mas também conheçe as suas habilidades e sei que você disfrutara do momento, mesmo se ele venha com “algo” de stress.
Eu quero terminar dizendo para você como que nasceu o seu blog, onde você fala sobre a sua experiência cultural e desafios aqui no Brasil, e que a partir deste seminário decidiu ter uma seção chamada “sobrevivendo a la maestría” e de certo modo como você se identificou muito com a Karina Kuschnir pois ter um espaço livre para escrever de uma maneira diferente ajuda a você a “desescrever” e é isso o que você se está levando do seminário, pois chegou com muita vontade de aprender sobre os “truques” e terminou conhecendo mais coisas, e até desenvolvendo uma maneira muito linda de continuar com esta aventura chamada escrita.
É uma carta curta, mas está cheia de lembranças para você, quando se sinta sem vontade de escrever ou se sinta perdida na sua escrita.
Agradeço a sua atenção
Atenciosamente.
Tu misma